O meu nome é Raquel, tenho 25 anos e confesso que durante a minha (ainda curta) existência, nunca imaginei um dia sentir necessidade de ir a uma consulta de psicologia. Talvez algures no meu íntimo existissem alguns preconceitos camuflados, embora nunca o quisesse admitir. Até há bem pouco tempo, se pensasse em psicologia e toda a sua envolvência, não consideraria que alguém “normal” “precisasse” de ajuda, sendo o meu entendimento sobre a matéria tão limitado como era. A verdade é que a vida tem as suas formas de nos confrontar com as nossas crenças e a mim, não sendo particular exceção, calhou-me também a vez. Não fossem essas artimanhas e não teria eu entrado no consultório da Dra. Carla (a quem estarei eternamente grata), num dia de Verão, que melhor não consigo especificar. Daí em diante, toda a minha perspetiva se alterou. E quero frisar bem a expressão “toda a minha perspetiva se alterou”. Não tenciono entrar em detalhes pessoais, até porque cada caso é um caso e mesurável à sua medida, mas se todas as razões que me levaram a procurar ajuda não tivessem existido, não podia agradecer-lhes pela mudança que me proporcionaram. Não houve uma cura milagrosa para tudo aquilo que me apoquentava, houve, ao invés, uma mudança de perspetiva. Trabalhei e resolvi questões que acreditava convictamente serem insolúveis e estarem enraizadas no meu quotidiano de forma permanente e inalterável. Toda a experiência foi revigorante e intensa, tanto que compensou cada minuto despendido a analisar-me. Aprendi a aceitar-me e a respeitar-me e, acima de tudo, a gostar de mim, com tudo o que implica ser “eu”. Quem procura ajuda não é fraco ou frágil; quem procura ajuda é quem não quer desistir. Sem dúvida a melhor decisão que tomei na vida. Muito obrigada Dra Carla!
Raquel, Março 2021