Ansiedade e depressão
Depressão e Ansiedade… São dois nomes que ouvimos muitas vezes, tão frequentemente que parece que estamos já familiarizados com eles. Mas, muitas vezes, não sabemos bem o que significam concretamente.
Em primeiro lugar, há que referir que ambas implicam um grande mal-estar e diminuição na qualidade de vida e que podem ser recorrentemente confundidas. Contudo, existem, situações em que ambas ocorrem em separado, outras em que parecem sobrepor ou até mesmo coexistir. Noutros casos ainda, uma pode ser consequência de outra. Logo, perceber corretamente o que se passa consigo é um passo essencial para uma intervenção e recuperação adequada.
O que é a ansiedade?
A ansiedade é uma reação natural do nosso organismo, experienciada por todos nós em algum momento da nossa vida. Assim sendo, em situações que percecionamos como sendo de perigo ou ameaça, são desencadeadas respostas de luta, fuga ou congelamento/bloqueio que nos permitem fazer face a essas situações. No entanto, este perigo pode ser real, como por exemplo quando atravessamos uma rua cheia de carros, ou imaginário, quando nos projetamos numa situação que tememos. É comum, por exemplo, sentirmos ansiedade antes de uma avaliação importante, quando enfrentamos um problema no trabalho ou quando temos de tomar uma decisão importante. Deste modo, a principal função da ansiedade é a proteção e adaptação ao meio em que nos inserimos, sendo indispensável à nossa sobrevivência. Portanto, é a ansiedade que nos permite manter alerta para reagir a qualquer perigo que possa surgir, atuando como estimulante.
Por outro lado, quando em excesso, a ansiedade pode tornar-se de tal modo intensa que interfere com o normal funcionamento. Assim, é neste contexto que se pode transformar numa perturbação psicológica!
De facto, quando a ansiedade é tão intensa, frequente e duradoura que interfere com a capacidade para lidar com situações do dia-a-dia em todas as áreas de vida pode prejudicar a qualidade de vida. Assim, quando isto acontece, por ser de tal forma desconfortável, que há uma tendência para o isolamento e evitamento das situações que causam ansiedade, mesmo quando não representam qualquer perigo. Por conseguinte, com os níveis de ansiedade elevados, passamos a viver com uma inquietação constante acerca do futuro e o momento presente não é vivido.
De facto, existem vários sintomas associados à ansiedade. De seguida, iremos analisar os principais!
De seguida, iremos analisar os principais!
Sintomas de ansiedade
Estes são alguns dos sinais de ansiedade:
- Sensação injustificada de medo ou pânico
- Inquietação
- Preocupações constantes e excessivas
- Irritabilidade
- Agitação motora
- Cansaço extremo
- Tensão muscular
- Dificuldades no sono
- Dificuldades de atenção, concentração e memória
- Desempenho comprometido
- Palpitações
- Boca seca
- Náuseas
- Tonturas
Ansiedade e depressão – Qual a diferença?
O que é a depressão?
Desde já, devemos reconhecer que a tristeza é uma das emoções básicas ou primárias que nasce connosco e, por isso, tem uma função útil. Logo, surge perante a perda de algo ou alguém significativo e alerta-nos para a necessidade de parar, refletir, integrar a perda e pedir ajuda, se necessário. Assim sendo, tal como a ansiedade, é uma reação natural e é ultrapassada após um curto período de tempo. Contudo, muitas vezes, a tristeza prolonga-se mais tempo do que o habitual, tornando-se um problema incapacitante – a depressão. Dessa forma, afeta a vida da pessoa que dela sofre.
Tristeza versus Depressão
Estima-se que uma em cada quatro pessoas sofra de depressão, sendo um assunto muito sério que merece a nossa atenção.
Sintomas de depressão
Naturalmente, apesar de a tristeza prolongada ser um dos sintomas da depressão, existem outros sintomas associados, quer a nível fisiológico como psicológico.
- Sensação persistente de tristeza
- Sensação de irritabilidade
- Sentimento de solidão
- Menor interesse por atividades do dia-a-dia, mesmo que antes fossem prazerosas
- Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva
- Sensação de culpa ou falta de esperança para o futuro
- Diminuição da autoestima e da autoconfiança
- Capacidade de raciocínio, concentração e tomada de decisão diminuída
- Ideação suicida
- Fadiga permanente ou perda de energia acentuada
- Agitação ou lentificação psicomotora
- Insónias ou hipersónia (dormir em demasia)
- Perda ou ganho significativo de peso
- Alterações no desejo sexual
Ansiedade e depressão – que relação?
Esclarecendo, embora condições distintas, a ansiedade e depressão podem andar muitas vezes de mãos dadas, agravando o sofrimento de que sofre com elas e conduzindo a limitações cada vez mais graves na vida.
Então, como vimos anteriormente, tanto a ansiedade como a depressão apresentam vários sintomas a nível físico e psicológico, alguns em comum. Analisando os seus sintomas, uma das diferenças entre ambas, é que a depressão tende a provocar menos sintomas físicos. Assim sendo, a ansiedade, caracterizada pelo medo e preocupação constantes leva a uma agitação mais acentuada, resultado da ativação que provoca no nosso corpo. Todavia, os seus sintomas podem conduzir também à diminuição da autoestima e aumento da sensação angústia, levando a que a pessoa comece sentir-se triste, desanimada e sem vontade – sintomas típicos da depressão.
Nestes casos, o quadro de ansiedade evoluiu para a depressão, pela sensação de frustração e incapacidade para lidar com os problemas e preocupações constantes. A ansiedade leva também muitas vezes ao isolamento, o que pode contribuir também para o desenvolvimento da depressão.
Por outro lado, a diminuição da vontade de realizar tarefas do dia-a-dia e o confronto com a obrigação de ter que sair de casa para trabalhar, por exemplo, podem caracterizar um quadro ansioso associado à depressão.
Relação entre ansiedade e depressão em Portugal
Vários estudos desenvolvidos em Portugal, mostraram que existe uma relação entre depressão, ansiedade e até stress. portanto, é comum que as pessoas que sofrem de depressão, sofrem também com sintomas de ansiedade em algum momento, de forma mais ou menos acentuada. Da mesma forma, a maioria das pessoas em que a ansiedade se manifesta num grau elevado pode evoluir para um estado depressivo.
Se se identifica com os sintomas de depressão, ansiedade ou sente que está a sofrer com a presença das duas na sua vida, procure ajuda especializada. A ansiedade e a depressão não tendem a atenuar com a passagem do tempo. Pelo contrário, tendem a agravar e a tornar-se mais incapacitantes. Fale connosco, marque uma consulta informativa gratuita, esclareça as suas dúvidas e receba orientações. Podemos ajudá-lo/a.