Procurei ajuda porque me sentia incapaz de escolher uma direção e um rumo por onde ir. Porque me sentia desorientada, sem chão, incompreendida pelos que estavam à minha volta e por me sentir desesperada sem saber o que fazer. Marquei a primeira consulta, num ato de desespero porque sentia precisar de ajuda e sozinha não conseguia. Apesar de estar angustiada não tinha a certeza se queria ter consultas. Lembro-me de pensar que ia à primeira consulta para perceber se era o que queria e sei que quando penso na primeira memória que tenho dessa consulta com a Dra Carla é o sentimento de alívio que apareceu em mim e, nessa altura percebi que queria e iria continuar. Não me recordo se foram inicialmente estabelecidos objetivos, pelo menos conscientemente. Penso que o meu processo de terapia foi acontecendo naturalmente e foram sendo criadas etapas conforme as “gavetas” se iam fechando e abrindo, sempre ao meu ritmo. Mesmo nos exercícios que foram mais duros de fazer, consigo ao olhar para trás e reconhecer a recompensa por os ter ultrapassado. Olhando para o meu percurso fico muito grata e de certa forma feliz por ter passado por ele. É como se tivesse estado anestesiada e agora não consiga reconhecer a dor que senti em mim. Independentemente das razões que me levaram a procurar ajuda não serem positivas, o balanço é! No meu caso, as consultas com a Dra Carla ajudaram-me a trabalhar mais o amor-próprio, a definir um rumo, a perceber os meus limites e como os estabelecer perante os outros, a diminuir o impacto das atitudes dos outros em mim e sobretudo a relativizar/desvalorizar, a não me levar tão a sério. Saliento ainda que, isto tudo refletiu também na minha ansiedade, a saber identificar o gatilho, a controlar as crises ou até mesmo conseguir impedir que aconteçam. Foi uma jornada de autoconhecimento e crescimento pessoal que contribuiu para que hoje me sinta mais leve e para que seja uma pessoa com melhor equilíbrio emocional e psicológico.
Maria, Maio de 2021